BlueForests

Promotor: CCMAR - Centro de Ciências do Mar do Algarve

Parceiros:

+ATLANTIC, Associação para um Laboratório colaborativo do Atlântico

Casulo, Unipessoal, Lda.

CIIMAR - Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental

Instituto Politécnico de Leiria

Universidade Nova de Lisboa

WavEC Offshore Renewables - Centro de Energias Renováveis

SINTEF Ocean, A.S.

Financiamento EEA Grants: 797.032,00€

Financiamento Total: 937.685,00€

Código Grace: PT-INNOVATION-0081

Programa:

 

O projeto BlueForests visa colmatar uma lacuna de conhecimento, quantificando o contributo das florestas marinhas para o sequestro de carbono e avaliando os serviços ecossistémicos fornecidos pelas mesmas, através da estimativa do capital natural que fornecem.

Para tal, o projeto vai estudar as florestas marinhas existentes na costa portuguesa e testar metodologias, técnicas e modelos inovadores para aumentar a vegetação em habitats degradados, incluindo a análise do potencial papel das estruturas artificiais. O carbono orgânico proveniente das florestas marinhas que é sequestrado nos sedimentos (carbono azul) será quantificado e caracterizado os serviços ecossistémicos fornecidos pelas florestas marinhas serão avaliados economicamente. Encontrar estes valores é de maior importância para direcionar esforços e mitigar as alterações climáticas, fornecendo orientações aos decisores políticos nacionais e internacionais para um adequado planeamento na conservação e reflorestação de habitats marinhos como as macroalgas.

Resultados

O BlueForests respondeu à necessidade urgente de restaurar florestas marinhas de kelps e pradarias marinhas, ecossistemas cruciais para o oceano e para o bem-estar humano, dado o seu papel no sequestro de carbono, suporte à biodiversidade, purificação da água, proteção costeira e provisão de habitats para espécies comerciais. Face ao declínio global destas florestas devido à pressão sobre as zonas costeiras, o projeto testou inovações científicas e tecnológicas para recuperar e expandir o capital natural da costa portuguesa.

Foram aplicadas abordagens de modelação inovadoras que combinaram modelos de ciclo de vida e modelos hidrodinâmicos, permitindo identificar locais adequados para reflorestação de kelps. Novas tecnologias, como materiais semeados em laboratório, foram otimizadas e monitorizadas em locais selecionados, enquanto estudos técnico-económicos forneceram informação essencial para apoiar decisões de investimento em projetos de restauração. Foram ainda desenvolvidos programas de monitorização acústica para avaliar impactos ambientais e uma abordagem pioneira à restauração de pradarias marinhas, baseada na caracterização e manipulação do microbioma das plantas para aumentar a viabilidade das sementes e a sobrevivência das plântulas.

O projeto recorreu também a modelos de transporte lagrangeano para identificar hotspots de sequestro de carbono em sedimentos marinhos offshore, que foram amostrados e analisados quanto ao teor e origem do carbono, distinguindo as contribuições marinhas e terrestres. Por fim, os serviços de ecossistema das florestas marinhas foram identificados e quantificados economicamente. O BlueForests deixou assim um marco científico e tecnológico para futuros programas de reflorestação marinha em Portugal e noutros contextos, com impacto assinalável na investigação: 5 artigos submetidos a revistas científicas com revisão por pares, 6 em preparação e 21 investigadores apoiados.