COASTAL

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As toxinas paralisantes de crustáceos e moluscos (PSP) são toxinas potentes produzidas por algumas espécies de microalgas. Durante a proliferação de algas nocivas (HABs), a acumulação destas toxinas nos tecidos das espécies de marisco pode levar as intoxicações alimentares graves. Para além da ameaça à saúde pública, representam um impacto económico significativo para a aquicultura e o turismo.

Atualmente, os métodos existentes de deteção de PSP são dispendiosos ou limitados relativamente às toxinas detetadas.

Neste cenário, o projeto COASTAL visa desenvolver um sistema microfluídico com sensores integrados para deteção rápida das PSP verificadas na Noruega e em Portugal. Este teste portátil e de baixo custo pode ser utilizado pelos produtores de crustáceos e moluscos para a monitorização da presença de toxinas in-situ e servir como sistema de apoio à decisão no caso dos eventos de HABs e de ocorrência de toxinas paralisantes, contribuindo para a sustentabilidade e aumento da competitividade deste setor.

O projeto COASTAL teve como objetivo mitigar os impactos negativos das florações algas nocivas (HABs), desenvolvendo uma ferramenta miniaturizada e portátil para a deteção rápida e sensível de toxinas paralisantes em bivalves (PSTs). Para isso, foram concebidos e otimizados três designs de chips sensores e dois conceitos de células microfluídicas, bem como duas matrizes de sensores potenciométricos capazes de detetar PSTs nas águas costeiras de Portugal e da Noruega em níveis de concentração correspondentes aos limites regulamentares.

O projeto desenvolveu ainda uma metodologia simplificada para preparação de extratos de carne de bivalves e uma arquitetura microfluídica amigável, permitindo realizar análises automatizadas em volumes reduzidos de amostra (<7 μL), fora de ambientes laboratoriais e sem necessidade de competências especializadas. Esta tecnologia de bancada para rastreio rápido de PSTs superou as limitações das técnicas convencionais, oferecendo respostas mais ágeis para a gestão das colheitas de bivalves, especialmente no início ou fim de episódios de toxicidade.

Como principais resultados, o COASTAL gerou 2 novos produtos/tecnologias, apoiou 16 investigadores e submeteu 6 artigos científicos a revistas internacionais.

Para além de reforçar a segurança alimentar e a sustentabilidade da aquicultura, esta solução pioneira pode ainda ser adaptada a outros tipos de toxinas marinhas e matrizes, ampliando o seu potencial económico, social e ambiental.