Physalia physalis

Physalia physalis

O aumento da esperança média de vida ao longo dos anos aumentou a preocupação da população para o desenvolvimento de cosméticos e dermo cosméticos eficazes na atenuação dos sinais de envelhecimento.

Consequentemente, a procura de fontes de extração de colagénio sustentáveis e o desenvolvimento de formulações ricas neste composto ou por moléculas que estimulem a sua produção tem ganho especial interesse a nível industrial. Recentemente, a Physalia Physalis, (P. Physalis) hidrozoário marinho, foi identificada como uma fonte muito rica em colagénio e toxinas com importantes propriedades biológicas e terapêuticas.

Devido à necessidade de controlo desta espécie pela sua toxicidade e efeitos negativos na atividade piscatória, turismo e aquicultura costeira, o uso de P. Physalis como fonte de extração de colagénio e toxinas tem ganho especial interesse.

Desta forma, este projeto visa aproveitar o potencial de uma das espécies marinhas mais perigosas e valiosas dos nossos oceanos para extração em massa e desenvolvimento de produtos ricos em colagénio e toxinas com potencial uso em biomedicina, indústria cosmética e farmacêutica. Para concretização dos objetivos serão otimizados os métodos de extração em massa destes compostos, serão extraídos hidrolisados de colagénio ricos em oligopéptidos e desenvolvidas novas formulações e produtos ricos nesses compostos com potencial cosmético e farmacêutico.

O projeto centrou-se na extração de colagénio e gelatina a partir da biomassa da Physalia physalis, através de processos sequenciais com ácido acético e pepsina, obtendo colagénio solúvel em ácido e colagénio solúvel em pepsina, este último com melhores características de solubilidade e maior potencial para aplicações industriais. A gelatina, extraída dos resíduos, mostrou resultados promissores, permitindo uma utilização mais eficiente da biomassa.

Os principais desafios surgiram na separação e purificação, devido à elevada viscosidade das soluções, onde a centrifugação se revelou pouco eficaz e a filtração em nylon, embora mais rápida, exigiu limpezas frequentes. A diálise demonstrou-se viável à escala do projeto, mas a diafiltração apresentou perdas significativas. Na secagem, a liofilização preservou a integridade dos compostos, embora com elevados custos, apontando para métodos alternativos como spray drying em futura escala industrial. A escalabilidade até 20–30 litros mostrou-se possível, mas realçou a necessidade de otimização no manuseamento da biomassa e nos parâmetros de extração.

O projeto resultou na criação de 2 postos de trabalho, aplicação de 1 tecnologia/processo inovador, submissão de 1 pedido de propriedade intelectual e apoio a 1 PME para o desenvolvimento de soluções inovadoras no setor da Blue Growth. Recomenda-se, no futuro, o aperfeiçoamento das técnicas de separação e secagem e o alinhamento dos processos com requisitos industriais e de sustentabilidade, assegurando viabilidade económica e ambiental.

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