Projeto ViViDo apresenta Plataforma de Gestão da Rede Nacional de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica

Vivido Plat Conteudo

No dia 1 de julho decorreu a sessão pública de apresentação da plataforma ViViDo (Plataforma de Gestão da Rede Nacional de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica), plataforma que pretende fornecer um conhecimento aprofundado, sistemático e atualizado do panorama nacional da violência contra as mulheres e a violência doméstica.

O Projeto ViViDo - Plataforma de Gestão da Rede Nacional de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica, financiado pelo Mecanismo Financeiro EEA Grants Portugal, Programa Conciliação e Igualdade de Género gerido pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, está a ser promovido pelo Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa (IGOT) e representa uma resposta estratégica às prioridades territoriais da Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica (RNAVVD).

A Sessão de Abertura da sessão contou com José Luís Zêzere, Diretor do Centro de Estudos Geográficos, que sublinhou a importância do projeto a vários níveis, quer a nível de produção de conhecimento científico, quer geográfico. Destacou, igualmente, o envolvimento dos parceiros de projeto – a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (NOVA FCSH) da Universidade Nova de Lisboa e a Asplan Viak Internet AS (AVINET) – e a relevância social do trabalho, contribuindo para que o problema social da violência doméstica se mitigue.

Seguidamente, Manuel Lisboa, Coordenador do Departamento de Sociologia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa relevou a importância de, através do projeto, obter-se dados que sustentem ou permitam ajustar as políticas públicas, bem como a dimensão geográfica do projeto.

Margarida Queirós, do Centro de Estudos Geográficos, ofereceu uma breve introdução à concretização do projeto ViViDo, ao apontar a violência contra mulheres como problema social e de saúde pública: “(…) é importante haver ferramentas que disponibilizam informação atualizada”, sendo a construção de uma plataforma digital – base de dados adaptada e organizada – um importante instrumento de política pública, que permite a desmaterialização dos processos individuais, a comunicação célere e eficiente entre as várias entidades da RNAVVD e a produção de informação estatística fiável e atualizada.

Isabel Almeida Rodrigues, Secretária de Estado da Igualdade e Migrações, referiu a importância de o projeto responder à Resolução do Conselho de Ministros n.º 139/2019 que “Aprova medidas de prevenção e combate à violência doméstica” e como a plataforma terá a capacidade de adequar as respostas às necessidades das vítimas de violência doméstica, através da simplificação de processos, respeitando a proteção de dados. “Os dados trágicos de violência doméstica este ano ultrapassam os do ano passado” referiu a Secretária de Estado, demonstrando como é um fenómeno multidimensional enraizado na sociedade e a importância da conjunção de diferentes saberes. “Graças à responsabilidade e compromisso de todas e todos a trabalhar no mesmo sentido se alcançam os resultados consistentes e a mudança no combate às desigualdades e violência doméstica.”

Seguidamente, Sandra Loureiro, da AMBISIG, apresentou a interface da plataforma, e os principais desafios encontrados na construção de um repositório onde haja informação e, simultaneamente, segurança de dados. Foi apresentado o planeamento da plataforma e todo o seu processo de desenvolvimento. Foram exibidas, igualmente, as principais funções da plataforma, tal como a demonstração de um processo e todos os passos de preenchimento de formulários.

Tiago Abade, consultor jurídico da equipa de projeto, assegurou que a Plataforma ViViDo oferece proteção às vítimas e que os diferentes níveis de acesso são a garantia de que os dados só podem ser consultados por quem tem intervenção no processo. Ainda sobre a segurança da Plataforma, o representante da parceria norueguesa, Stein Runar Bergheim, referiu o trabalho realizado para proteger a plataforma de hackers e ataques digitais.

A finalizar a sessão,  foram apresentadas diversas peças de comunicação do projeto, a sua presença do projeto nas redes sociais, a auscultação e o trabalho conjunto através da realização de entrevistas às entidades da Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica e a elaboração de materiais gráficos e workshops.

Seguidamente, foi exibido o vídeo “As Vozes da Rede”, realizado por jovens estudantes da FBAUL: Andres Azzolina, Felipe Salazar e Renata Torralba, que apresenta o trabalho da Rede Nacional de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica, através de depoimentos de técnicas que aí trabalham e da CIG, que coordena esta rede. Andreia Batista apresentou também o seu Webdocumentário interativo “Feel(in) the Fields”, que tem por base depoimentos de vítimas de violência doméstica.

Sandra Ribeiro, Presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, encerrou a sessão, dando a conhecer o Mecanismo Financeiro EEA Grants e o Programa Conciliação e Igualdade de Género e saudando todas as entidades envolvidas: “Basta que a história seja contada uma só vez, para que toda a rede esteja a par”, referiu para sublinhar a importância da plataforma Vivido na sistematização da informação e prevenção da revitimização das vítimas de violência doméstica

Pretende-se que a Plataforma entre em funcionamento, em toda a RNAVVD e depois de um sólido processo de formação dos/as seus/suas profissionais, no início de 2023.